A história de sucesso do jovem empresário Rodolfo Oliveira

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Aos 14 anos, Rodolfo Oliveira, filho do meio nascido em Belo Horizonte do servidor público José Geraldo e da dona de casa Marta, era um dos mensageiros, o office boy, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Uma década e meia depois, aos 29 anos, ele é o CEO de uma holding, a XR Advisor, com sede no Rio de Janeiro, nove empresas próprias e operadas dos mais variados setores, com faturamento médio anual de R$100 milhões. Os destaques são a hotelaria e a consultoria estratégica.

No meio, uma trajetória que poderia facilmente virar roteiro de um filme de sucesso. Os ingredientes são mais do que atrativos, com direito a noites sem dormir, muito estudo (e que atualmente se especializa em gestão empresarial em Harvard, nos Estados Unidos), noites acordado e trabalho sempre – estes dois últimos pilares do sucesso junto com o networking.

“Acredito muito em meritocracia. Óbvio que, olhando para as questões sociais, existem os privilégios. Eles não são escondidos. Vim de uma família de classe média e estudei em bons colégios. A história do ser é muito importante. O ter é consequência. E não é discurso filosófico. Mas, sendo bem transparente, quem fala que dinheiro não traz felicidade é porque não tem. Dinheiro, sim, é próspero. Sou cristão. Ser próspero é digno até perante a Cristo. Hoje, com 29 anos, ser bem-sucedido, para mim, é ter paz”, afirma o empresário.

As diferenças sociais foram vistas de perto por Rodolfo nos seis meses como office boy do Tribunal de Justiça. De um lado, um humilde garoto, companheiro de trabalho, que levava a comida para casa, enquanto ele tinha marmita preparada pela mãe e recursos para investir em conhecimento e outras coisas. Do outro, um desembargador que se achava o dono do mundo. Mas a visualização de boas oportunidades para ganhar dinheiro já estava no seu comportamento, ainda que de maneira empírica e não técnica.

“Virei digitador, assistente de desembargador e, então, dentro do próprio tribunal fui estudando e criando relacionamentos”, conta Rodolfo, que nesse meio tempo também foi promoter de boate teen e, depois, DJ.  A palavra oportunidade surgiu novamente, na transição dos 18 para os 19 anos: ir para a Sydney, na Austrália, para trabalhar e estudar. O dinheiro veio da venda de um carro comprado com o suor da labuta.

“Na Austrália conheci uma outra realidade, mais bonita. É um país funcional, vamos dizer assim. As coisas se conectam. Todos os sistemas públicos funcionam. Não por força do Estado, mas por força da iniciativa privada”, comenta o empresário.

O mineiro também conheceu o subemprego: Rodolfo trabalhou como servente de pedreiro (e até mestre de obras), jardineiro, catador de copos em boate e garçom. Porém, graduou-se em Administração, aprendendo na prática e não apenas no aspecto acadêmico.

“(A de Sydney) Não era reconhecida pelo MEC no Brasil. Na época, isso me incomodava, mas hoje vejo que formação não tem valor nenhum. O que importa é o resultado. Não importa no que você se formou. Conheço pessoas bem-sucedidas que não têm formação”, argumenta Rodolfo.

Foram dois anos e meio do outro lado do globo. O retorno ao Brasil aconteceu em razão da saúde da mãe. A saudade do País também bateu forte, dentro do espírito latino de ser.

Embora não gostasse do curso e estivesse atendendo à pressão familiar, Rodolfo foi fazer Direito na Escola Superior Dom Helder Câmara. O diploma era necessário para a procura por trabalho. O Inglês também, afiado após cursos no Brasil e aperfeiçoado na Austrália com uma professora que dava aula em uma escola de japoneses, além de métodos autodidatas. Na busca por uma vaga, a paixão pela hotelaria surgiu e o fez subir na carreira em pouco tempo.

“Tinha 21 para 22 anos. Era fevereiro de 2014 e o mercado hoteleiro estava superaquecido. Virei recepcionista em um hotel da Vert, em Belo Horizonte. E ainda empreendia em outros setores. No mercado hoteleiro me apaixonei por servir. Via o gerente geral de hotel não falar Inglês nem entender de administração, com um salário dez vezes mais alto. Aquilo me chamou a atenção. Vou me dedicar e estudar para ser gerente geral”, lembra Rodolfo.

A aplicação deu resultado e ascendeu para chefe de recepção em três meses, destacando-se de imediato. Assumiu trainee como plantonista na operação de um hotel. Quando estava em Amsterdã, na Holanda, fazendo uma especialização em sustentabilidade corporativa, veio a proposta do comando devidamente aceita: ser gerente de qualidade de sustentabilidade da Vert Hotéis, que chegou a ter 20 operações no Brasil.

“Foram entregues resultados. Tive oportunidade de estar em todos os hotéis, de Norte a Sul. Com 25, 26 anos, decidi ser gerente geral e fui, talvez, o mais jovem do País, na Ramada Plaza Rayon, em Curitiba.  Cheguei a resolver um problema administrativo que causou uma economia de R$16 milhões. Todo mundo me chamava de garoto prodígio, que parece uma denominação legal, mas é uma forma de diminuir. Porque garoto prodígio e não um profissional que dá resultados?”, conta Rodolfo. “Às vezes entrevisto jovens que falam que querem esse cargo dali a uns 15 anos. Eu respondo que pode ser até no próximo ano. Há muita gente ruim no mercado”, completa.

Rodolfo Oliveira, empresário

Nesse meio tempo, Rodolfo Oliveira estudou Hotelaria em Las Vegas, nos Estados Unidos. E surgiu a chance de ir para o Rio de Janeiro ou São Paulo. Cada parte da diretoria queria que ele fosse para uma dessas capitais. Entre o final de 2016 e o início de 2017, ele acabou partindo para a Cidade Maravilhosa como funcionário do Ramada Encore Ribalta, administrado atualmente por sua empresa, oferecido a ele quando tinha virado franquia.

Antes disso, virou gerente geral, porém fazia de tudo um pouco pela falta de estrutura e dinheiro, trazendo muito aprendizado. Exerceu a função, inclusive, em dois hotéis. O trabalho intenso fez superar crises econômicas com crescimento. O plano de carreira aumentava a cada dia. Virar CEO passou a ser o sonho. Candidatou-se a vagas como essa e de vice-presidentes de grandes companhias. E passou. Mas era hora de Rodolfo se reunir com seu coach e organizar a vida. Transformou-se realmente em CEO, embora prefira ser chamado de facilitador de fácil contato por seus profissionais, mas da própria companhia. São diferentes tentáculos, porém todos a base de pessoas, processos e tecnologia.

“Fui abrindo frentes empresariais. Abri uma holding, que tem nove companhias, que se chama XR Advisor. Trabalhamos em três frentes. Uma delas é consultoria, mentoria e estratégia para profissionais de carreira e empresas de médio e grande porte. O segundo pilar é a gestão de ativos, que hoje é a principal companhia é a XR Hotéis, com três operações na Barra da Tijuca, no Rio. O outro pilar é o investidor anjo, trazendo conhecimento administrativo e dinheiro para o empresário, como em empresas de marketing digital,  e choperia/distribuidora de alimentos em Belo Horizonte”, detalha Rodolfo.

O mais novo xodó do empresário é a UniXR, lançada neste ano, é uma usina de talentos para suas empresas e organizações parceiras, em parceria com universidades. Há também a XR Audit e a XR Invest. E ainda recentemente vendeu a Impacto Digital Marketing para uma empresa de Chicago, nos Estados Unidos, mas continua sendo acionista minoritário da companhia no Brasil.

“O trabalho hoje é um hobby e o faço porque quero e gosto. Faço as coisas por propósito. Tenho muito mais dinheiro do que preciso”, resume o empresário, pai da Lara, que completará 2 anos em setembro. Enquanto Rodolfo vive no Rio de Janeiro, a menina está em Belo Horizonte, convivendo com os avós. Ele a vê a cada 17 dias. Uma parte linda de uma trajetória marcante.

“Estou sempre contando minha história. Não para me vangloriar ou para me vender, mas para impactar. Independentemente do estado ou dos privilégios que a pessoa tenha ou não, você tem o potencial de criar a sua sorte e de fazer diferente. O Brasil está cheio de problemas para resolver. É um país maravilhoso. Sou patriota. Via brasileiro fora daqui com vergonha de ser brasileiro. Espero continuar vivendo em paz e escalar sem cair nem me machucar. Já caí muito e me machuquei. Falo muito para os meus liderados que é muito mais importante acertar do que errar, mas proporcionalmente. Não tem como só acertar”, resume Rodolfo. No fim das contas, o empresário nunca deixou de ser mensageiro. A diferença é o teor das correspondências entregues, sempre com o timbre do sucesso.